Anuncie aqui sua Empresa

Últimas




Maranhão poderá se tornar grande produtor de vinho a partir de 2015

By Barra Online -

Agroserra desenvolve ousado projeto de fruticultura na região central do Maranhão, onde uva de primeira qualidade pode ser transformada em suco e vinho.

O Maranhão poderá se transformar em breve num grande produtor de vinho, graças ao desenvolvimento de um projeto de fruticultura iniciado em 2000, pela Agroserra, instalada em São Raimundo das Mangabeiras, que este ano fez, com razoável sucesso, o primeiro experimento no sentido de industrializar uva plantada na região. O engenheiro agrônomo Renato Nunes Filho é quem coordena o projeto.

Entusiasmado, Renato diz que Grajaú e os municípios vizinhos, onde os plantios da fruta vêm sendo intensificados, tem potencial para se igualar ou superar Petrolina (PE). Ele teme, no entanto, que a falta de planejamento do estado, acabe por transformar terras férteis, ideais para um amplo programa de fruticultura, em plantios de eucaliptos que serão transformados em carvão para alimentar os fornos das indústrias de ferro-gusa. "A região, tal como a Mesopotâmia, entre os Tigre e Eufrates, está entre os dois mais importantes rios maranhense, Mearim e Itapecuru", justifica sua teoria.

Quando que se instalou no cerrado maranhense, a Agroserra tinha como principal objetivo produzir bioenergia, e assim foi desenvolvido projetos de plantio e beneficiamento de cana-de-açúcar, bambu etc. No final da década passada, a direção da empresa começou a focar outros segmentos, com dois objetivos: diversificar os negócios e diminuir a pressão da população sobre ela, criando alternativas de renda para os moradores do entorno.

SEMENTES
Renato Nunes diz que, além das conclusões da Embrapa Petrolina, convidada a estudar a região, um costume das famílias rurais da região contribuiu para se perceber que plantio de uva poderia ser uma saída. "Em quase todas as casas há uma videira, daí porque encomendamos uma pesquisa à Embrapa", diz Renato. Outro indicador de que um empreendimento neste segmento seria rentável foi uma pesquisa de Inglês de Souza, que desenvolveu a teoria de que a região amazônica era propícia para plantios de uvas.

Os testes da Embrapa foram positivos, mas faltava identificar ainda o tipo de semente apropriada para que a produção fosse satisfatória. Em Jales, no interior paulista, foram identificadas quatro espécies que vêm dando os melhores resultados: Patrícia, Isabel, Carmem e 1118. Hoje, a Agroserra já ocupa 10ha com a cultura e a produtividade chega a 35 toneladas por hectare. Toda essa uva é consumida na própria região.




Este volume de produção tende a atingir números bem mais generosos, segundo o agrônomo, e para isto, além do próprio plantio, as famílias também são estimuladas. De acordo com os cálculos de Renato Nunes, de um hectare de terra podem se colhidas até 40 sacas de arroz, que vendidas ao preço de R$ 50,00 dão ao agricultor uma renda de R$ 20 mil. De uma gleba com as mesmas dimensões podem ser colhidas 20 toneladas de uvas, que vendidas a R$ 2,00 o quilo proporcionam uma renda de R$ 40 mil, quase R$ 3,5 mil/mês. Vale ressaltar que três pessoas são suficientes para cuidar de um pedaço de terra nestas dimensões.


VINHO
Em 2011 a parte mais ousada do projeto de fruticultura da região central foi iniciada quando a Agroserra trouxe do Paraná técnicos especializados em vinho para testar as uvas plantadas no Maranhão. Foram tirados 50 litros. Amostras levadas aos especialistas do Rio Grande do Sul e de Pernambuco, onde há a bebida tem maior tradição de fabrico, a avaliação encheu de otimismo a empresa, pois ficou comprovado que há sim viabilidade de se implantar vinícolas no estado.

Pelos cálculos de Renato Nunes, a produção industrial deve se dar a partir de 2015, quando já terá sido alcançada a marca dos 100 hectares de plantio. A produção estimada é para 1 milhão e 300 mil toneladas de uva, que processadas tanto fabricação de suco quanto de uva. Desse volume, 90% serão para suco, mas o restante pode garantir uma produção de até 4 mil litros da bebida alcoólica.

Indagado se dá para sonhar com a transformação do sul maranhense numa nova Petrolina, Nunes não economiza otimismo: "sobramos".

SAIBA MAIS
Renato Nunes Filho elenca uma série de vantagens para transforma Grajaú e municípios vizinhos num grande centro de produção de uvas e consequentemente de sucos e vinhos. Ele diz que a Secretaria de Agricultura do Estado tem projetos para tornar viáveis investimentos nesta área e espera que o poder público acelere um planejamento para não perder estas potencialidades:
- A amplitude térmica (diferença das temperaturas diurna e noturna) induz ao acúmulo de corantes e à transformação dos açúcares de forma positiva;


- A estação de estio, apropriada para plantio, cultivo e colheita é de sete meses;

- Relevo do solo plano a suave ondulado, com solos mistos e profundos localizados às margens de rios perenes;

- Potencial hídrico excelente: rios Mearim, Grajaú, Corda, Santana e outros menores;

- Logística favorável, pois a região é servida pela BR 226 e a MA 006, que facilitam acesso às capitais São Luís (MA), Belém (PA), Teresina (PI) e Palmas (TO), bem como às ferrovias Carajás e Norte-Sul.

O Imparcial.

Follow our blog on Twitter, become a fan on Facebook. Stay updated via RSS

0 comentários for "Maranhão poderá se tornar grande produtor de vinho a partir de 2015"

Leave a Reply

Advertisement